Marketing from Hell #35

Propagandas de cerveja podem ser diferentes. Made of more.

Marketing From Hell #30

OK, roubaram no jogo, mas a ideia é boa: faça o auto-checkup.

Quando dá tudo errado

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Como diz uma música tradicional, tem sempre um dia em que a casa cai.

Ao contrário do que acontece em filmes (americanos, os europeus eram um pouco mais realistas) chega a hora em que tudo falha. Aquele layout que não deu certo, uma prospecção que falhou, alguém que não foi com a sua cara, um não irreversível. A grande notícia: vai acontecer com você em algum momento. Nem sempre quando você estiver a postos. Por mais que as defesas estejam todas preparadas, alguma coisa vai fugir ao controle.

A melhor forma para lidar com isso é manter a calma. Ajuda a buscar alternativas para resolver o problema. No caso de algo sem solução, ajuda a identificar a falha e formular um plano de ação efetivo. Pode dar para consertar, mas pode sair mais caro que simplesmente mudar o ponto focal. Nossos princípios e procedimentos nos ajudam a manter a coerência em nossas atividades mas também podem engessar nosso modo de ver o mundo. Uma empresa que quer fazer a melhor furadeira do mundo talvez perca a chance de descobrir uma forma melhor de fazer um furo, um clássico caso da miopia de marketing limitado pela evolução do modelo existente. O tão batido paradigma. Um modelo mental que agiliza algumas soluções e mata outras.

Em um projeto realizado recentemente, tive de fazer algo que nunca havia feito antes: abrir mão. Partimos de um briefing que foi evoluindo a ponto de mudar o que precisaria ser entregue. Nesta situação, poderiam ser entregues milhares de layouts sem que fosse possível uma solução satisfatória para o cliente. Muda o briefing, permanece a verba. Nessa equação o resultado final é mais trabalho sem uma certeza do resultado. Isso deu para aprender ao longo do caminho. Fugir dessa armadilha nem sempre é possível, pois os clientes evoluem. Quando o projeto parte de uma série de incertezas (não gosto do que foi apresentado mas não sei o que quero) a chance de não chegar ao fim é grande. Mobiliza-se trabalho e energia, mas o resultado simplesmente não vem. Segundo outro provérbio antigo: nenhum vento é bom para quem não sabe onde quer chegar. Avaliando com mais calma, foi possível detectar o padrão. Bandeiras vermelhas erguidas, o caminho estava definido com duas saídas. Era preciso escolher uma delas.

1. Começar de novo. Esta decisão implicaria em reiniciar o trabalho do zero, desprezando o que já havia sido feito por se tratar de algo previsto sobre uma limitação de projeto que foi alterada. Em alguns casos isso seria muito interessante, mas considerando a séria limitação de verba, significaria mais tempo para investigar as soluções gráficas mais adequadas com um cliente sem tempo de participar das decisões importantes. Em outras palavras, perder dinheiro e reputação por uma limitação do próprio cliente. Seria como iniciar um projeto para entregar um sobrado e de repente o projeto ser transformado em um prédio de 20 andares com a mesma estrutura de custos. Isso demanda uma outra estrutura de equipe, outros prazos e outra forma de trabalho. Poderia ser feita uma nova proposta mas conhecendo o cliente entendi que restaria apenas uma saída.

2. Abrir mão do projeto. Considerando que a estrutura de custos não poderia ser alterada, não poderia haver mudança na equipe e o produto a ser entregue continuaria longe da expectativa. Dá para projetar um sobrado sozinho mas um prédio demanda uma equipe um pouco maior e logicamente mais cara. Aproximadamente 6 vezes mais cara. Decidi interromper o trabalho iniciado, com prejuízo de tempo e dinheiro (tempo é dinheiro), para reduzir o prejuízo de imagem. Talvez eu tenha me precipitado nessa decisão, mas algumas outras percepções ajudaram.

Nem todo trabalho vale a pena. Um cliente que não se permite tornar parceiro dos fornecedores em situações estratégicas (e toda situação que envolve exposição de marca é estratégica) gera uma situação insustentável em algum ponto do trabalho. O que demanda muito stress para obter resultados apenas medíocres, o que não é interessante para ninguém. Trabalho é uma troca de serviços ou mercadorias por uma remuneração compatível, mas deve servir ao propósito de ir além do resultado solicitado. E só dá para fazer bem feito se esse é o objetivo comum. Não é bom desistir, mas é pior insistir no erro.

Para encerrar no mesmo canal MPB: levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. Nem sempre é tão rápido assim, mas é necessário.

Física x Marketing : Fricção x Tração

Tração e fricção são duas formas de lidar com o atrito. Sem atrito não é possível começar nem parar um movimento: nada muda.
Apesar de parecerem coisas iguais, fricção faz com que as coisas parem e tração permite que as coisas andem na direção desejada.
Com os clientes, empresas e conhecidos não é muito diferente. Existirão situações de fricção e atrito, mas a predominância de uma delas ajuda a entender se aquele é mesmo o lugar e tempo certos para estar. Cada vez mais é uma escolha mútua que irá permitir uma convivência produtiva.
O melhor teste é o domingo à noite: se começa a bater uma sensação ruim, já passou da hora de mudar. Mas ainda é possível!

Ponto. Parágrafo…


O tempo é mesmo uma entidade complexa. Talvez o único consenso a respeito seja que ele não pára. Alguns acham que ele não passa e seguem levando a mesma vida de sempre, sem novidades, sem surpresas, sem riscos, sem aprendizado… Outros vivem no limite, sem saber o que passou direito, dada a rápida velocidade dos eventos sequenciais. Há pessoas que ficam irremediavelmente marcadas por fatos ocorridos num passado distante que teima em ser revivido pelas cicatrizes aparentes e ocultas. Outras literalmente passam a vida em branco, sem fatos memoráveis ou notáveis. Muitos se arrependem do que fizeram ou do que não fizeram. Uns planejam. Uns deixam correr solto.
Misteriosamente, o tempo se move sem que possa ser visto. Sabemos que passou e vemos suas pegadas. Sabemos que vai passar por uma questão de continuidade e embalo. Mas não é possível ver o momento. Por ser movimento, o ponto não existe pois se torna linha. A tênue divisão entre passado e futuro – o presente – é altamente volátil e conceitual.
Independente destas diferentes percepções e interpretações, o tempo existe e permite que existamos. Assim como um filme, a nossa vida é composta por vários pedacinhos que são dispostos em sequências que podemos alterar por meio de nossas lembranças. Podemos colocar partes novas e remover outras nem sempre tão brilhantes. Ou, em outra comparação, nosso tempo pode ser registrado pela nossa memória em capítulos. Alguns vibrantes e excitantes e outros extenuantes e monótonos. É o contraste que permite apreciar as coisas boas e aprender com as ruins. Sem variação somem os referenciais e parece que tudo pára. Tudo, menos o tempo.
Pode ser que tenha chegado a hora de colocar um ponto final em algumas coisas e iniciar um novo parágrafo. Simples assim. Depende da sua percepção. Depende de sua vontade de seguir. Depende do seu tempo.

Estamos todos cheios!


Todos os dias aparecem muitas oportunidades para nós. Dá para resolver a maioria das coisas de dois jeitos: fazendo o que precisa ser feito ou deixando pra lá. A segunda opção normalmente causa menos desgaste, mas também proporciona poucas realizações e poucas entregas. Gera mediocridade por trás de uma segurança aparente.

Fazer o que precisa ser feito depende de coragem, de determinação e de constância. Não dá para baixar a guarda, sempre alerta. É uma forma construtiva de aproveitar as oportunidades que surgem para propor melhorias, baseadas em tudo o que conseguimos aprender em nossas experiências de vida, tenham sido bem sucedidas ou nem tanto.

Na prática, estamos todos cheios de oportunidades: alguns as usam para reclamar da vida, outros para fazer a diferença. É a diferença que conta. A boa notícia é que ainda dá pra começar.

Outro ponto de vista para esse assunto em Do the work

De que lado você está?

Próximo, por favor!


Deixar para depois já foi coisa só de brasileiro. Hoje é um hábito muito mais difundido, como se pode perceber pela proliferação de sites e blogs com dicas de produtividade. Só que nem sempre isso é um hábito ruim. Existem casos onde o deixar pra depois acaba compensando. Um uso válido é deixar a poeira baixar para responder a uma provocação, seja ao vivo, por e-mail, facebook, twitter… Quando o deixar pra depois é parte de uma série de eventos organizados, isso ajuda a manter o fluxo de produção e de ideias priorizando as ações mais urgentes. First things first.

Por outro lado, a maioria dos “depois eu faço” são apenas um ato de empurrar com a barriga. Adiar desnecessariamente atrapalha qualquer planejamento de tempo que se faça. Evita entregas e evita exposição. Em suma, evita faturamento. Lá fora, isso é conhecido como procrastination.

Outra variação desse momento que nunca chega é esperar a próxima grande ideia para poder agir. Vai ter sempre um próximo evento, uma próxima crise, uma próxima reunião, um próximo post. Não adianta vir me dizer que quem espera sempre alcança pois na nossa realidade de mercado quem espera, dança. E a fila nem sempre volta a andar… Aproveite o momento.

Copa do Mundo, Marketing e Motor de Fusca


O que esses 3 assuntos têm em comum?

Basicamente são coisas sobre as quais todo mundo tem uma opinião de especialista, chamada mais adequadamente de palpite. Por alguma razão esotérica todo mundo acha que sabe o suficiente sobre esses assuntos para se qualificar a fazer um comentário definitivo e se achar uma autoridade no assunto. Sobre a Copa do Mundo, surgem repentinamente 200 milhões de técnicos que sabem tudo, analisam, avaliam e acham que o técnico tinha de ter escalado e treinado o time de jeito diferente e por isso o placar não foi maior. Falar mal de campanhas de marketing malsucedidas também é outro hit. E saber o que está errado no motor do fusquinha é outro passatempo nacional interessante que não requer prática e nem habilidade.

Dar palpite é muito fácil. Criticar é mais fácil ainda.
Difícil é tomar as decisões, fazer as escolhas, aprofundar uma opinião e colocar a cara para bater.